Na primeira parte dessa discussão, uma das idéias que mais chamou a atenção dos leitores foi a de que somos todos um pouco burros, cada qual a sua maneira, mas que estamos dispostos a dmitir que somos um pouco loucos... mas burros "jamais".
Isso ocorre porque nosso cérebro funciona de maneira a ocultar essa verdade.
Por exemplo, as estatísticas informam que 50% dos motoristas não sabe dirigir. Alguns acham difícil estacionar, outros trafegam a 20km/h e há aqueles que ocupam duas faixas como se a rua fosse sua. Mas esse pessoal não sabe disso, não aceita esse fato.
São pouquíssimos os bastante inteligentes para aceitarem que não dirigem direito, muito pelo contrário. Números mostram que cerca de 80% dos internados por acidentes automobilísticos crêem pertencer à elite dos motoristas. A grande maioria credita a responsabilidade do acidente ao azar ou a algum idiota que cruzou seu caminho. E há uma explicação para esse comportamento.
Explica Cordélia Fine, pesquisadora do Centro de Filosofia Aplicada da Universidade de Melbourne (Austrália) : " o fracasso é um dos principais inimigos do nosso ego, da nossa auto-estima. Portanto, o cérebro, esse vaidoso, trabalha intensamente para criar obstáculos à idéia de que somos falhos".
Esse raciocínio pode explicar como várias escolhas são feitas de modo burro, desconsiderando avaliações mais detalhadas dos prós e contras e dados estatísticos reais. Ao se casar, por exemplo, a pessoa toma uma decisão que implica em vínculo vitalício. Mas quantos, ao adentrar a igreja ou cartório, têm a concreta consciência de que, estatiscamente, o casamento tem 50% de chances de fracassar? Na hora do "aceito", só sabem dessa realidade os pais, os amigos, parentes e até mesmo o padre e o oficial de justiça. Os noivos apresentam uma obstinação cega, totalmente certos de que será um matrimônio que contrariará todas as regras. Até por que, se assim não fosse, a continuidade da existência da espécie humana estaria ameaçada...não é mesmo?
Outro sintoma da maneira protecionista com a qual nosso cérebro trabalha em prol de nosso ego é a enorme dificuldade que temos em admitir nossos erros de avaliação. Nós nos agarramos às nossas convicções como a coletes salva-vidas num naufrágio. Durante a nossa vida, em geral, fugimos e repudiamos novos desafios a nossa ideologias. Damos preferência a amigos, livros e jornais que se afinam com nossas opiniões e valores e, nos cercando de pessoas oportunistas, reduzimos as chances de que nossas opniões sejam questionadas.
Isso ocorre porque nosso cérebro funciona de maneira a ocultar essa verdade.
Por exemplo, as estatísticas informam que 50% dos motoristas não sabe dirigir. Alguns acham difícil estacionar, outros trafegam a 20km/h e há aqueles que ocupam duas faixas como se a rua fosse sua. Mas esse pessoal não sabe disso, não aceita esse fato.
São pouquíssimos os bastante inteligentes para aceitarem que não dirigem direito, muito pelo contrário. Números mostram que cerca de 80% dos internados por acidentes automobilísticos crêem pertencer à elite dos motoristas. A grande maioria credita a responsabilidade do acidente ao azar ou a algum idiota que cruzou seu caminho. E há uma explicação para esse comportamento.
Explica Cordélia Fine, pesquisadora do Centro de Filosofia Aplicada da Universidade de Melbourne (Austrália) : " o fracasso é um dos principais inimigos do nosso ego, da nossa auto-estima. Portanto, o cérebro, esse vaidoso, trabalha intensamente para criar obstáculos à idéia de que somos falhos".
Esse raciocínio pode explicar como várias escolhas são feitas de modo burro, desconsiderando avaliações mais detalhadas dos prós e contras e dados estatísticos reais. Ao se casar, por exemplo, a pessoa toma uma decisão que implica em vínculo vitalício. Mas quantos, ao adentrar a igreja ou cartório, têm a concreta consciência de que, estatiscamente, o casamento tem 50% de chances de fracassar? Na hora do "aceito", só sabem dessa realidade os pais, os amigos, parentes e até mesmo o padre e o oficial de justiça. Os noivos apresentam uma obstinação cega, totalmente certos de que será um matrimônio que contrariará todas as regras. Até por que, se assim não fosse, a continuidade da existência da espécie humana estaria ameaçada...não é mesmo?
Outro sintoma da maneira protecionista com a qual nosso cérebro trabalha em prol de nosso ego é a enorme dificuldade que temos em admitir nossos erros de avaliação. Nós nos agarramos às nossas convicções como a coletes salva-vidas num naufrágio. Durante a nossa vida, em geral, fugimos e repudiamos novos desafios a nossa ideologias. Damos preferência a amigos, livros e jornais que se afinam com nossas opiniões e valores e, nos cercando de pessoas oportunistas, reduzimos as chances de que nossas opniões sejam questionadas.
Em diversos ramos das pesquisas, a burrice se destaca de forma pontual: comumente, se os resultados de um estudo batem com nosso ponto de vista, o estudo é sério e convincente. Do contrário, se contrariam nossas expectativas, o processo é julgado cheio de defeitos, ultrapassado e etc. Isso explica por que frequentemente é inútil tentar mudar a opinião de um obstinado, mesmo que suas idéias sejam claramente erradas.
Todas as vezes que nosso cérebro faz previsões de futuro, a tendência é que produza quadros otimistas. Um exemplo disso é o fato de que é muito comum estarmos sempre certos de que nosso time vai ganhar o jogo, embora haja outra possibilidade. As previsões hiperotimistas são frequentes também nas bancas de apostas, cassinos e loterias, onde se desperdiça dinheiro por que a capacidade de julgamento fica dominada pelo desejo de vencer. E qual a razão desse estúpido otimismo do cérebro? Ele nos poupa das verdades desconfortáveis.
Deborah Danner, pesquisadora da Universidade de Kentucky (EUA), examinou os efeitos do otimismo e do pessimismo na longevidade em 180 noviças norte-americanas. Quanto mais otimistas as religiosas, mais tempo viviam. As mais joviais viveram, em média, uma década a mais que as pessimistas, que apresentavam quadros depressivos. É claro que ser realista e ao mesmo tempo sereno e otinista seria o ideal...seria a ausência de burrice...a inteligência pura.
Mas como isso, durante toda a vida é estatisticamente impossível...não há dúvida de que se é para viver mais e ser mais equilibrado...às vezes um pouco de burrice não é o fim do mundo.
Aquele abraço e até a próxima.
Professor Kiko.
Um comentário:
Eu acredito em algo mais simples: se a pessoa não tem discernimento suficiente para perceber que está fazendo algo errado – porque ninguém erra de propósito (se não for juiz de futebol) – quando acerta é por pura sorte... Na famosa tirada atribuída a Louis Armstrong: "Se você tem que perguntar, não vai entender nunca".
É fácil perceber que a gente fez uma burrice, depois que os resultados dela aparecem. Na hora, não parecia burrice... O que costuma me espantar é que certas pessoas não aprendem com os erros. Não é uma questão de otimismo, ou pessimismo... é burrice, mesmo. Incapacidade de ver o obstáculo, mesmo depois de tropeçar nele.
E, para permanecer no terreno das citações, vou citar o genial Anônimo: "Os otimistas acreditam que vivemos no melhor dos mundos possíveis. Os pessimistas temem que eles possam estar certos."
Postar um comentário